10 de maio de 2007

Da Fraça para o mundo

O ano é 1789. Milhares de pessoas tomam as ruas de Paris. Muitas delas não sabem o que está acontecendo, mas sabem que algo está acontecendo. Caia o Antigo Regime. O regime dos Reis que detinham poderes absolutos e absurdos. Todos eles, vindo de Deus diretamente para seus “representantes na Terra”. A novidade e as novas idéias tomavam conta do ar. Novas idéias, novos ideais e novos idealizadores. Era o início do Iluminismo, que, poucos anos antes, fizera treze colônias se unirem e formarem os Estados Unidos da América.

Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Esses eram os ideais básicos que moviam aquelas pessoas. Creio eu que era o início também do comunismo. De acordo com sociólogos, o comunismo é o sistema onde o que prevalece á a preocupação e a busca da qualidade de vida e do social, enquanto o capitalismo visa atender aos interesses comerciais e econômicos.

Seis de maio de 2007. O cenário é o mesmo, as ruas de Paris. O berço da filosofia moderna. O país está divido entre duas pessoas, mais que isso, dois ideais novamente. Agora não há mais antigo ou novo. São dois regimes, duas formas de visão, duas visões de mundo e de administração. E duas pessoas, cada uma com sua bandeira representam as vontades de milhões de outras.

Os franceses estão decidindo que será seu presidente de agora em diante. Duas opções bem distintas se apresentam. Nicolas Sarkozy é de direita. Representa o partido do atual presidente, Jaquie Chirac, mas dizem que tem uma postura ainda mais conservadora. Pretende diminuir a maioridade penal, diminuir a participação do Estado na economia, além de endurecer contra os estrangeiros.

Ségolnène Royal vem de bases socialistas. Apesar de muitos discordarem, propõe mudanças no atual sistema francês. Esse país tem uma história com governos de esquerda. Governos de vanguarda que já fizeram um país diferente do que já existe no mundo. Um povo avançado não deixa de cobrar e até por isso, receber um atendimento de saúde, educação, previdência, etc, exemplares.

Mas as coisas parecem que estão invertidas. De acordo com o deputado francês, Noël Mamère, o que está acontecendo na França parece ser “uma estranha inversão de valores”. Ele afirma que a sociedade francesa parece se sentir mais protegida pela direita do que pela esquerda. Questionado o sobre o porque de tal situação, coloca como uma das possíveis explicações, o fato de a classe média daquele país ter conseguido uma estabilidade financeira significativa. Dessa forma, explica Mamère, que sistema protegeria melhor seu patrimônio?

Não que eu ache que o povo francês está errado em defender seus interesses. Mas creio, assim como o deputado, que o sistema não é politicamente correto, e nem beneficia a França, como nação, assim como mostra um sistema oponente a aquilo que desejamos para o mundo. Creio, pessoalmente, que o maior mal do mundo é o egoísmo. Se as pessoas parassem de pensar só nelas e passassem a pensar no coletivo, talvez pudéssemos fazer um mundo melhor. E é aí que eu acho que os franceses deveriam ter escolhido Ségolnène ao invés de Sakozy. Deveriam ter escolhido a opção de acolher o estrangeiro, e não de criar barreiras. Afinal, quem é dono do que?

Acho que esse debate reascende um debate ainda maior. O ser humano está focado em si mesmo. Certo ditado indígena dizia que “só no dia que o último peixe for morto, a última árvore for cortada e o último rio envenenado, o homem vai perceber que dinheiro não se come”. Acho que o capitalismo e o mundo atual jogam o homem para uma eterna disputa. Contra tudo e contra todos. Todos querem ganhar, sem perceber que para um ganhar, outro tem que perder.

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