10 de março de 2008

A lógica das terceirizações (privatizações)

Eu poderia começar esse texto dizendo simplesmente de minhas convicções pessoais acerca da opinião de que o Estado deva “vender” os serviços que antes eram reservados a ele, ao mercado privado e acabar com a discussão, mas não vou fazer isso.

Não pretendo convencer ninguém de que o Estado deve manter em suas mãos certos setores estratégicos, como saúde, educação, saneamento, energia, enfim, setores que influenciam direta, e muito diretamente a vida das pessoas. Pretendo apenas demonstrar qual a lógica que se admite quando se decide passar um serviço do Estado ao mercado privado.

Suponhamos que você contrate uma empregada doméstica para trabalhar em sua casa. Você irá pagar a ela R$ 500,00 para que cuide de sua residência todos os dias da semana, das 8 da manhã às 17 horas.

Se um dia ela fica doente, quebra um braço, sofre um acidente de trabalho ou simplesmente entre de férias, isso é um problema seu. Você irá ter que ficar sem ela ou contratar outra pessoa em caráter temporário, caso precise de alguém irremediavelmente. (Na foto, moradora entra no PSF)

Mas digamos que você seja uma pessoa ocupada ou que não goste de se preocupar com essas coisas de contratações. Você chega para mim e me diz: “Hugo, vou te pagar R$ 600,00 e quero que cuide de minha casa, contrate alguém para manter tudo em ordem”.

Não interessa a você quem é que vai trabalhar em sua residência, ou se determinada pessoa está doente, resfriada, machucada ou mesmo se está em período de férias. Você terceirizou um serviço e quer vê-lo prestado, independente de quem ou como for. Essa é a lógica da terceirização.

Infelizmente certos Administradores Públicos ainda não entenderam isso, mesmo que esteja claramente escrito nos contratos de prestação de serviços. Em visita ao PSF (Programa Saúde da Família) do Jardim Novo Horizonte na manhã desta segunda-feira, 10 de março, este jornalista foi surpreendido com a noticia de que não havia médicos para atender à população porque o médico estaria de férias.

Ora, à Prefeitura, que contratou o serviço da UNIFESP ou à população, que paga seus impostos, não interessa saber se este ou aquele médico está de férias ou se está doente. Continuam caindo os mesmos mais de R$ 500 mil na conta da UNIFESP no fim do mês, portanto, o serviço deve ser prestado da mesma forma.

Trata-se de uma deturpação da lógica da terceirização, pois se eu contrato uma empresa para cuidar da saúde, já que não me sinto capacitado para fazê-lo e esta empresa também não o é, ou eu não entendi essa lógica ou a Prefeitura de Lorena não entendeu.

1 comentários:

Unknown 11:11  

É como dizem alguns politicos e funcionarios publicos: "Este dinheiro não tem dono mesmo..."
Assim como estes medicos tiram ferias, há em muitos PS de Lorena, médicos que chegam meia hora atrasados e ainda gastam mais meia hora para tomar café e fofocar enquanto o POVO espera na fila do lado de fora do PS escutando as fofocas e as gargalhadas....
Até quando teremos que ver e ouvir isso?

Parabéns pela noticia garoto!!!
Abraço

Fábio Tobias

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