Urgente, mensalão no Brasil!

Explode um escândalo em Brasília. Não, dessa vez não é no Congresso Nacional. Brasília é o Distrito Federal do Brasil, portanto, assim como os Estados da Federação, possui uma Assembléia Legislativa. Ou, como a imprensa tem chamado, Câmara Legislativa. Mas o escãndalo é no Governo do Distrito Federal. Mais precisamente com o governador do DF, José Roberto Arruda.

Quem não se lembra do grande Arruda, coadjuvante importante no caso do Painél Eletrônico do Senado, em 2001? Não? Bom, então vamos lá. Em 2001, o ex-senador Luiz Estevão era cassado do Senado, depois de ter seu nome envolvido no esquema de propinas do Juiz Nicolau do Santos Neto, o Lalau.

Pois bem, Arruda participou, junto com ACM, sim, o Toninho Malvadeza, a realizar a violação do Painel Eletrônico do Senado, na votação da cassação de Estevão. Por uma obra do destino, não, não existe obra do destino na política, por algum interesse que foi contrariado, esse caso do Painel veio à tona e Arruda e ACM acabaram renunciado, buscando assim impedir o processo de cassassão. Afinal, ser cassado era uma exclusividade de Estevão, primeiro Senador a ser cassado no Brasil.

Mas vamos falar do tempo atual. Esse mesmo José RObert Arruda, membro do antigo PFL e atual DEMO, foi denunciado por um ex-companheiro, ex-secretário de seu governo, tão safado quanto ele, de uma série de irregularidades (para não dizer crimes). Entre eles, caixa-dois e pagamento de mesada à deputados da base aliada...

Hum, isso está me cheirando a uma história já contada. O "maior escândalo de corrupção já visto na história desse país", pelo menos nas telas da Globo. Sim, o DEM, que nunca foi exemplo de nada incorre no mesmo pecado que acusou o PT de fazer em 2005, no governo Federal.

Não vou ficar aqui contando essa história, que você pode ler em qualquer site informativo por aí. Mas há alguns fatos interessantes. O DEM ameaçou Arruda de expulsão imediatamente. Um eleitor inocente, partidário, simpatizante desse partido poderia dizer: já deveria ter expulsado. Mas as coisas não são simples assim.

Arruda mostrou que não são. "Se me expulsarem eu abro o bico". A coisa pega. Ah, como é ruim ter um partido fisiológico. No PT é um casamento. "Na alegria e na tristeza". Que o digam Zé Dirceu, Silvinho Pereira e Delúbio. Mas o DEMO não é o PT, nem de longe. E se ele abrir o bico, vixi, não quero nem saber o que vem por aí. Vem coisa preta.

Me chamou a atenção, também, a atitude do PSDB. Repudiou a atitude de Arruda. Declarou sua saída da base governista. E decidiu entregar todos os mais de 100 cargos que têm no governo do DF. E quem quiser ficar vai ser jugado e pode ser expulso do partido. Imprescionante.

Justo o PSDB? O PSDB que teve o DEM no colo todo esse tempo? Do Marcos Maciel vice do FFHHCC? De defender o Toninho até em baixo d'água? Da pareceria histórica em São Paulo, que não se abalou nem com a traição do Pinolckimin (apelidinho carinho do Geraldo)?

Me assustei mesmo. Medida drástica. Estou até sem fala. Só digo que isso pode custar caro aos tucanos, afinal, 2010 está ai. Uma ruptura nesta aliança mata Serra ou Aécio, quem seja.

Mas o DEM bateu o pé. Vai acabar expulsando. Daí, confesso que não sei o que acontece no governo. A Assembléia já inicou o processo de cassassão. Agora, para cassar, é preciso 16 votos, em um total de 24 deputados. Desses, seis são de três dos partidos mais envolvidos no caso (PSDB, DEM e PPS). E há a suspeita de muito, mais muito mais deputados envolvidos.

Isso ainda vai longe. Eu acho que não cassa. o PSDB fez um jogo de cena, mas no frangir dos ovos, na escuridão da noite, acho que não cassa. Mas... não se sabe o que pode acontecer.

Ouvindo a voz do Brasil de ontem, pude acompanhar o discurso do senador Pedro Simom, a quem admiro, do PMDB do Rio Grande do Sul. Ele fazia um alerta à população, que retansmito por aqui, com minhas palavras.

Que o povo não espere nenhuma atitute da assembléia contra a corrupção. Que não espere atitude alguma da Câmara dos Deputados. Também não do Senado Federal. E nem do presidente da república, disse o sábio político. "Se a população não for para a rua, não acompanhar, não fizer pressão. Se a imprensa não entrar no jogo ( e daí eu peço permissão para pedir que entre no jogo limpo, colocando os interesses do povo em primeiro lugar), se não for assim, nada mudará".

Pois bem, senador, se não for assim, não será. Esperemos....

Hugo Nogueira Luz é jornalista.
nogueiraluz@gmail.com