23 de abril de 2007

Viver é mudar?

De repente, ali, sem mais nem menos, as coisas mudam.

Paredes não são mais paredes, casas que contam por si só histórias de uma, duas, três vidas, se resumem a paredes sem memória, e o pior de tudo, pessoas não são mais pessoas, não como a gente gostaria que fossem.

O Tic Tac do relógio, em sua infinita caminhada, missão dura de ser entendida para aqueles que tem medo do desconhecido, para aqueles que lutam contra o novo.
Rubem Alves disse certa vez que a maior luta dos poetas é contra o tempo, a indignação de quem vive a vida para falar das coisas pelos poemas é que o tempo anda rápido demais, talvez no sentido errado, talvez na hora errada, talvez da forma errada.

Se não há verdade absoluta, por que uns tentam se impor aos outros, tentando convence-los a tomarem o mesmo caminho? Se as pessoas são tão diferentes, por que tomar o mesmo caminho? Estranho, muito estranho.

Mas estou aqui para falar de minha casa. Como paredes, cimento, telhas, madeira, piso, como isso tudo, “seres” inanimados, sem vida, sem sentimentos, sem nada podem causar e trazer tanta emoção, tantas lembranças, tantas e tantas e tantas coisas para nós?

Ah se nós entendêssemos que a mudança é algo simplesmente inevitável na vida dos homens, algo constante, irreversível. Talvez fosse mais fácil viver assim a vida, como há pessoas que conseguem. Não que eu seja materialista, mas seria bom se não nos apegássemos às coisas materiais, as pessoas. Isso porque elas passam, todas elas passam.

Mas, por outro lado, penso que vivo melhor, mesmo com essas emoções todas, essas tristezas constantes, pensando sempre naquilo que perdi. Vivo bem, triste muitas vezes, mas bem. Tenho certeza que aproveito bem as coisas, porque sei que elas vão-se embora, e que eu vou sentir falta delas. Talvez eu tente esquecer isso às vezes, talvez eu queira acreditar que algumas coisas são para sempre, mas sempre alguém ou alguma coisa vai embora para me lembrar que a vida é assim.

Só sei que ahhh que saudade que eu tenho da minha casa, das coisas que passei ali, da vida que ali vivi, de quando ainda éramos seis, éramos oito, e que de repente fomos aumentando, mas na verdade fomos diminuindo. Aquelas paredes agora não vão significar mais nada para alguém que ali chega, mas cada uma delas tem uma marca, ou deixou alguma marca, algum galo, enfim, alguma coisa.

“Mas que bobagem”, você deve estar pensando. É pode ser, pode não ser. Não interessa. Eu não ligo mesmo. Você deve ter suas bobagens, suas besteiras. Isso é o que a gente leva da vida....

2 comentários:

Vanessa Espíndola 22:48  
Este comentário foi removido pelo autor.
Marianna Sobrinho 12:50  

nem sempre tudo é tão simples, e como gostaríamos que fosse...
o tempo ve sim pra nos lembrar isso... não podemos fazer tudo na hora que desejamos.
perder faz parte da vida, faz parte do ciclo. Mas algumas coisas ficam pra sempre sim. Como você mesmo disse, você sente saudades de momentos que viveu na sua casa, isso vai ser pra sempre, alguns momentos de ternura e paz são pra sempre, registrados pra sempre em nossas mentes.
É isso o que nos faz sermos o que somos. Somos um pouquinho de cada momento marcante que passamos, nos tranformamos devido a eles! E para querermos mudar de vida, é neles que temos que nos apoiar! e é nisso que temos que acreditar!
Só assim conseguiremos mudar...
e mudar é preciso!
Bjos

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