Temperatura esquenta em São Paulo e picolé acaba derretendo

Marta Suplicy segue na liderança, com 35%, seguida por Alckmin com 21% e Kassab, com 20%. E, se Marta ganhar, deverá dedicar sua liderança ao fato de Alckmin colocar seus interesses pessoais acima dos interesses partidários e, com isso, não honrar alguns compromissos.
O DEM, ex PFL, sempre serviu de pano de fundo dos tucanos em São Paulo. Aliás, no Brasil todo, ou era vice ou base de sustentação do PSDB. Em 2004, Serra se elegeu prefeito de São Paulo tendo Kassab como seu vice. Todos sabiam que a verdadeira intenção de Serra era ser candidato a presidente ou governador. Então, o compromisso que Serra firmou, em nome do PSDB, com o DEM era de que Kassab iria ficar em seu lugar nos últimos dois anos de mandato e o PSDB iria apoiá-lo à prefeitura agora, em 2008.
Mas Alckmin quer tentar ser presidente em 2010, embora só ele continue achando isso viável. E, como ele quer ser presidente, nada melhor do que estar na Prefeitura de São Paulo agora, a cidade com o maior orçamento do país. A decisão de ser candidato quase provocou um racha irreparável no ninho dos tucanos. É simples de entender: Kassab era o vice de Serra. Quando assumiu manteve a mesma estrutura herdada pelo governador, logo, há muitos tucanos na prefeitura. O PSDB é base de sustentação do prefeito. Como os vereadores, que dependeram 4 anos da prefeitura, vão virar de costas para o prefeito e fazer campanha para o Alckmin? Não é tão simples assim.
Agora Alckmin está numa situação completamente incômoda. Corre sério risco de não ir para o segundo turno, o que colocaria em xeque qualquer candidatura futura, e ainda tem que ouvir que o próprio governador do Estado, de seu partido, bem como boa parte de seus correlegionários, preferem seu concorrente.
Nem sempre dá para acertar, não é Geraldo?
Hugo Nogueira Luz é jornalista.
nogueiraluz@gmail.com
É uma vergonha escutar o ex-governador falar que assume o compromisso publicamente de ficar no governo por 4 anos, sabendo-se que o que almeja é um trampolim para as eleições de 2010. Teria mais humildade se deixasse o partido escolher e indicar os candidatos. Ao invés de dar unidade ao partido, felizmente para os funcionários públicos do estado, e do povo brasileiro, ele é um divisor de águas, que cria inimizades e conflitos desnecessários.
Ufa! Que ele não esteja no segundo turno.
Tunico - Lorena - SP
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