Carro elétrico: o carro do passado
Veja aqui o trailler do filme:

Ilusão? Sonho? Utopia?
Pois é. Este carro já existe. Ou melhor, existiu. Ele foi assassinado. É esta a história que o documentarista americano Chris Paine conta no filme “Quem matou o carro elétrico?”.
De acordo com o documentário, a GM se prontificou a desenvolver um protótipo do carro movido a energia elétrica no meio da década de 1990, na Califórnia. Engenheiros trabalharam duro para criar o EV 1, que possuía uma bateria capaz de armazenar energia o suficiente para rodar os 200 km mencionados acima.
Vendedores começaram a oferecer o carro a diversas pessoas, em sistema de leasing, para que a montadora pudesse fazer uma avaliação da demanda pelo produto. O filme mostra funcionários que afirmavam que as listas de espera cresciam, embora houvesse algumas desconfianças sobre o produto.

Muitos ex-proprietários também se dispuseram a dar seus depoimentos. Todos eles afirmam que estavam completamente com o carro, entre eles os atores Mel Gibson e Tom Hanks, dizendo ainda que o carro era silencioso, limpo, de fácil manutenção e, sobretudo, não consumia gasolina, logo, não poluía a atmosfera. Questionado sobre o principal motivo pelo qual optou pelo EV1, Tom Hanks disse que estava ajudando a “salvar a América”.
O governo californiano chegou a tentar ajudar as montadoras, oferecendo subsídio para a compra, instalando carregadores de energia pela cidade e criando uma lei impondo que determinada porcentagem de carros produzidos deveria ser de carros elétricos. Aí se iniciaram os problemas, de acordo com o filme.
O lobby das petrolíferas começou a atuar. Coincidentemente, em 2000 Geroge W. Bush chegava ao poder nos Estados Unidos, trazendo com sigo boa parte dos cabeças destes lobbys. O próprio “Bushinho” já havia trabalhado em empresas ligadas ao ouro preto, assim como seu vice, Dick Cheney e Condoleezza Rice, a toda poderosa Secretária de Estado.
O fato é que o governo da Califórnia, agora comandado pelo ex-ator Arnold Schwarzenegger, foi processado pelo governo federal e pelas montadoras, por causa da lei e as coisas começaram a mudar.
De uma hora para outra a

Mas o pior ainda estava por vir. As montadoras foram pressionados e simplesmente sumiram com todos os carros elétricos dos Estados Unidos. Isso mesmo. Nem mesmo aquelas pessoas que haviam adquirido os carros puderam ficar com eles. Os proprietários receberam notificações de que, como haviam comprado o carro em sistema de leasing, deveriam devolvê-los, ou arcar com as conseqüências.
Resultado: todos os carros foram resgatados e destruídos. Sobrou um EV 1, no museu do automóvel, obra de uma boa ação da GM.
Isso me faz pensar em algumas coisas. Principalmente, ao ver este filme lembrei-me do texto que motivou a criação deste e

O ex-sabotador conta algumas das atividades em que se envolveu, principalmente com relação a questão de terras indígenas dos países sul-americanos e com relação ao próprio petróleo, em países do oriente médio.
Segue aqui um trecho do texto:
“A reposta do governo norte-americano a contundência do livro de Perkins é o silêncio. Até agora, "Até agora, o ex-sabotador não sofreu represálias e diz que está sendo ignorado pelos grandes jornais e TVs americanas. No único convite de recebeu de uma rede comercial, a NBC, teve a entrevistada desmarcada meia hora antes. Mas Perkins não vai desistir. “Os americanos não sabem como o seu país age internacionalmente. Eles precisam acordar”, argumentou.”
Até quando os governos e as empresas vão ficar brincando com o povo. O sistema de governo em que vivemos é, ou deveria ser, o representativo. Isso quer dizer que os governos deveria, cada um, representar o seu povo. Mas não é isso o que vemos. Governos e governantes decidem o futuro de países e de cidadãos, colocando os interesses econômicos acima dos

Um carro elétrico poderia ser um primeiro grande passo para uma revisão de mentalidade com relação à poluição que assusta o mundo. Quantas pessoas adquiriram e morreram devido a doenças pulmonares causadas pela poluição gerada por automóveis? O que falar a elas ou a seus familiares? Que a vida delas era menos importante que os interesses econômicos das montadoras e dos governantes americanos?
E com isso voltamos a raiz, a idéia inicial deste blog: é preciso que participemos mais das decisões políticas. É preciso conhecer para opinar. E enquanto pessoas não participarem e não reclamarem, os políticos vão continuar fazendo o que bem entendem.
É preciso acabar com isso. E quem tem que dar o primeiro passo é você!
Hugo Nogueira Luz é jornalista.
nogueiraluz@gmail.com
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