5 de março de 2010

Os árbitros de verdade são feitos no campeonato amador, diz Luiz Flavio

Fruto de um trabalho em conjunto entre Claúdio Zamboni, o Cabeça, Claudemir Thomaz e o jornalista Evandro Moreira, Por Trás das Cortinas apresenta duas reportagens, fruto de entrevista exclusiva com o árbitro da Federação Paulista de Futebol, Luiz Flavio de Oliveira. Você conferirá as reportagens em duas etapas: uma agora e uma na semana que vem. Boa leitura.


Na primeira parte da entrevista, o cruzeirense que faz parte do quadro de árbitros da CBF fala como começou a carreira, o que tem de bom e de ruim em ser irmão do experiente Paulo César de Oliveira e profissionalização da arbitragem

O árbitro Luiz Flavio de Oliveira recebeu as equipes do Blog Por Trás das Cortinas e do jornal Bela Jogada em sua casa, em Cruzeiro, interior de São Paulo e bateum um longo papo sobre arbitragem.

“Falamos que os árbitros de verdade são feitos no campeonato amador pela coragem de fazer esses jogos (amadores”, comentou.

No entanto, Luiz Flavio já tentava fazer uma arbitragem como se estivesse em partidas oficiais e até evitava sair com os amigos dos quais ele trabalhara em uma partida no dia seguinte.

O cruzeirense revelou que começou apitar em sua cidade natal, no início dos anos 90, como parte da grade curricular da Faculdade de Educação Física. Até então gostava de jogar futsal. Já no fim da mesma década, Luiz Flavio fez o curso de arbitragem na Federação Paulista de Futebol.                          
Dois lados - O fato de Luiz Flávio ser irmão de Paulo César de Oliveira tem dois pontos importantes. O primeiro é que facilitou seu ingresso na Federação Paulista, pois o mesmo já “sabia o que deveria e não deveria fazer”.

Escândalo - Para o entrevistado, o episódio conhecido como Escândalo da Arbitragem, em 2005, é chocante. Ele explicou que depois disso, a Federação Paulista por exemplo criou uma corregedoria e uma ouvidoria. Caso qualquer pessoa entenda que um árbitro não esteja agindo com ética pode entrar em contato e denunciar.

Mas a saída para problemas como o caso de 2005 e maior valorização dos árbitros seria a profissionalização da arbitragem. “A gente torce por uma profissionalização da arbitragem até que se possa viver 24 horas para isso”, argumentou.

Luiz Flavio tem no currículo dez jogos de Campeonato Brasileiro e mais de 130 jogos como Árbitro Reserva. Sua estreia como árbitro central foi no clássico Palmeiras e Corinthians, pelo Brasileiro de 2009.

Para que um árbitro esteja pronto para uma partida, ele explicou que é importante manter condicionamento físico e atualização das regras da modalidade. Para isso, mensalmente um grupo de árbitros da região (sua sobrinha, Patrícia, que é Assistente, outros árbitros do Vale do Paraíba e mais dois colegas do Sul de Minas) se reúnem para debates.

Fisicamente, a Federação aplica testes nos árbitros. Uma das atividades são os tiros (corridas). O árbitro tem que correr 150 metros em 30 segundos e descansar 40 segundos; isso deve ser feito 20 vezes. “Eu fazia esse teste no dia anterior para ver se eu estava bem. Se você estiver gripado o dia do teste é arriscado não passar, tamanha cobrança”, afirmou.

Na próxima semana, a outra parte da entrevista.

Com texto de Evandro Moreira, perguntas de Claúdio Zamboni e fotos de Claudemir Thomaz.

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