De quem é a culpa da tragédia do Rio?
O Brasil é um país abençoado em termos de natureza. Aqui estamos a salvo de furacões, tsunamis e terremotos, mas constantemente somos surpreendidos por chuvas torrenciais que tornam a vida nas grandes cidades um verdadeiro caos, sem falar nas vidas perdidas nestes curtos episódios.
A mídia está criticando sobre a capacidade da cidade do Rio de Janeiro receber a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Acho que o caos e a paralisação da cidade é algo aceitável, pois esse tipo de tormenta pode ser comparado às nevascas no hemisfério norte, que paralisam as principais cidades do primeiro mundo.
A principal crítica a ser feita em cima deste episódio no Rio de Janeiro, e outros tantos episódios em São Paulo, deve ser em relação ao crescimento desordenado das grandes metrópoles. Milhões de pessoas estão morando em locais de alto risco e não é preciso ser nenhum gênio para constatar que nesses locais um dia a tragédia vai chegar.
A maioria destas moradias em áreas de risco está regularizada pelas prefeituras, pagam IPTU e possuem, teoricamente, o aval da Defesa Civil do município. A gestão pública deveria se responsabilizar pelos imóveis em áreas de risco e desocupar os que estão em situação irregular, mas essa seria mais uma das minhas utopias. O Estado do Rio de Janeiro não só apóia as favelas em morros, como promove como pontos turísticos da cidade.
A história da ocupação dos morros cariocas demanda da época do império, onde migrantes e escravos libertos começaram a construir seus barracos nestas áreas inabitadas na cidade do Rio de Janeiro. Este crescimento desordenado não foi encarado durante séculos e agora o problema atinge proporções gigantescas.
Mas e agora, será que existe alguma solução? Infelizmente, a resposta para esta pergunta é tão complexa quanto para as outras mazelas que assolam o nosso país. Como o Brasil é um país reconhecido pela sua política de camaradagem, as leis nem sempre são rigorosas, o que dá espaço para a população fazer o que bem entender, como, por exemplo, construir em locais proibidos.
Acredito que a solução seria a criação de um plano diretor bem detalhado, que contemple a urbanização de favelas e reorganização habitacional. Moradias em locais de riscos deveriam ser demolidas, e as pessoas reincidentes multadas por infrigirem a lei, pondo em risco suas vidas e de pessoas incapazes, como os filhos.
Claro que tudo isso é uma utopia, que jamais será cumprida no Brasil pelo um problema crônico da nossa política: a burocracia. Leis não podem ser cumpridas, medidas não podem ser tomadas, pois se precisa sempre de uma comissão de avaliação, para que se tenha certeza de que estas ações não fazem parte de nenhum esquema fraudulento.
É sempre assim, a corrupção é desculpa para a burocracia e a burocracia serve de pano de fundo para a corrupção. Tudo culpa de São Pedro, não é mesmo?!
Fábio Santos é jornalista
fabiohsantos@gmail.com
Sigame no twitter: @fabiohsantos
A mídia está criticando sobre a capacidade da cidade do Rio de Janeiro receber a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Acho que o caos e a paralisação da cidade é algo aceitável, pois esse tipo de tormenta pode ser comparado às nevascas no hemisfério norte, que paralisam as principais cidades do primeiro mundo.
A principal crítica a ser feita em cima deste episódio no Rio de Janeiro, e outros tantos episódios em São Paulo, deve ser em relação ao crescimento desordenado das grandes metrópoles. Milhões de pessoas estão morando em locais de alto risco e não é preciso ser nenhum gênio para constatar que nesses locais um dia a tragédia vai chegar.
A maioria destas moradias em áreas de risco está regularizada pelas prefeituras, pagam IPTU e possuem, teoricamente, o aval da Defesa Civil do município. A gestão pública deveria se responsabilizar pelos imóveis em áreas de risco e desocupar os que estão em situação irregular, mas essa seria mais uma das minhas utopias. O Estado do Rio de Janeiro não só apóia as favelas em morros, como promove como pontos turísticos da cidade.
A história da ocupação dos morros cariocas demanda da época do império, onde migrantes e escravos libertos começaram a construir seus barracos nestas áreas inabitadas na cidade do Rio de Janeiro. Este crescimento desordenado não foi encarado durante séculos e agora o problema atinge proporções gigantescas.
Mas e agora, será que existe alguma solução? Infelizmente, a resposta para esta pergunta é tão complexa quanto para as outras mazelas que assolam o nosso país. Como o Brasil é um país reconhecido pela sua política de camaradagem, as leis nem sempre são rigorosas, o que dá espaço para a população fazer o que bem entender, como, por exemplo, construir em locais proibidos.
Acredito que a solução seria a criação de um plano diretor bem detalhado, que contemple a urbanização de favelas e reorganização habitacional. Moradias em locais de riscos deveriam ser demolidas, e as pessoas reincidentes multadas por infrigirem a lei, pondo em risco suas vidas e de pessoas incapazes, como os filhos.
Claro que tudo isso é uma utopia, que jamais será cumprida no Brasil pelo um problema crônico da nossa política: a burocracia. Leis não podem ser cumpridas, medidas não podem ser tomadas, pois se precisa sempre de uma comissão de avaliação, para que se tenha certeza de que estas ações não fazem parte de nenhum esquema fraudulento.
É sempre assim, a corrupção é desculpa para a burocracia e a burocracia serve de pano de fundo para a corrupção. Tudo culpa de São Pedro, não é mesmo?!
Fábio Santos é jornalista
fabiohsantos@gmail.com
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Do jeito que a coisa anda é capaz do Claudemir escrever que a culpa é da administração de Lorena...rs
É Fábio. a coisa é bem complicada. Eu vi uma entrevista do prefeito da cidade, Eduardo Paes, que disse que essa situação é inaceitável e que uma solução precisa ser achada urgentemente. Quem vê pensa que ele não sabia disso.
Quem sabe não morava no Rio? Não via as favelas ali todos os dias. Recentemente participei de uma palestra de engenharia civil e um respeitado doutor na área afirmou que muitos engenheiros precisariam aprender com os favelados que conseguem construir casas naquelas condições.
Podem conseguir construir, mas uma hora a casa, literalmente cai. Nós ficamos indignados. Políticos esbravejam. O mundo discute sobre a capacidade do Rio de receber as Olimpíadas. Mas quem vai para a rua, quando sobrevive, é o favelado. É falta de política pública, meu amigo. Mas vamos lá.
Abraços e parabéns.
Já que na hora de votar é cada um por si(entenda-se, cada um escolhe o seu candidato, este ganha e depois é recompensado pelo seu voto comprado),então na hora que a casa cai, literalmente ou não, tem que ser cada um por si também!
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