É tudo culpa do sistema
Eu tenho que admitir que ser brasileiro é, no mínimo, emocionante. A cada dia, vejo notícias que me deixam de queixo caído e a variedade de absurdos é para deixar qualquer roteirista com inveja.
Após o desastre do lixão, mais uma prova cabal da ineficiência do sistema político e judiciário deste país, que muitos dizem ser abençoado por Deus. Pois bem, vamos direto ao ponto: “QUEM É O RESPONSÁVEL PELA SOLTURA DO MANÍACO DE LUIZIÂNIA?”
Desculpem eu ter que gritar, mas alguém precisa fazer isso. Políticos e delegados culpam o sistema, que mais uma vez falhou. A falha, neste caso, é culpar as sucessões de erros do sistema deficiente da nossa justiça.
Claro que o sistema é deficiente, mas para cada ação, existe uma pessoa responsável. Estas pessoas, diretamente ligadas ao ocorrido, devem ser punidas.
Culpado número 1
A psiquiatra Ana Cláudia Sampaio, segundo informações do inquérito, atestou que “o preso demonstra não possuir doença mental e nem necessitar de medicação controlada”. Pois bem, se ela atestou isso, deve assumir parte da culpa pelo ato.
Culpado número 2
O juiz responsável deveria, ao menos, se atentar ao fato de existirem decisões conflitantes no caso, já que anteriormente, três psicólogos atestaram que o réu Adimar apresentava sinais de transtorno psicopatológico e sadismo.
Agora, o réu será novamente encaminhado para a penitenciária e é bem provável que saia em liberdade em pouco tempo, pois a culpa toda é do sistema. Gostaria de saber se isso ocorreria novamente se a tal psicóloga fosse condenada por seis homicídios, pois o laudo que garante a sanidade do réu foi assinado por ela.
Acho que é hora do Brasil aprender que leis brandas incentivam a prática de crimes e a isenção de culpa das pessoas responsáveis pela segurança e bem estar geral da sociedade. Porém, nunca é tarde para lembrar que 2010 é ano de eleição e seria uma boa pedida aos eleitores que ficassem de olho nas campanhas dos candidatos, pois a reforma do judiciário é urgente e importantíssima. É bom cada um fazer a sua parte em outubro, para não ficarmos aqui, mais quatro anos, apontando os absurdos da política nacional.
Há um viés a ser analisado e ninguém comenta:
Em que ambiente a Dra Ana Claudia Sampaio trabalha/se submete? Quais os meios que a mesma dispunha?
Vejo um “especialista”, conhecido por Guido Palombo, “falar” aos quatro ventos que houve erro grosseiro na análise daquela profissional. Mas porque não levam “especialistas” para constatar a realidade do trabalho “in loco”, lá no presídio?
Tanto o “agir” quanto o “falar” constrói opiniões diversas. Frente a frente com o “criminoso/paciente/inocente” é diferente. São muitas variáveis analíticas aplicadas a um “ser”, seja ele humano ou não.
Já pensou quem é o “analista” e quem é o “analisado” na ala psiquiátrica de uma penitenciária? O avesso do avesso? Os atores se confundem?
Naquela época, Lombroso também o condenaria, “doutor” Guido Palombo, a julgar pelo que se vê na sua face. Lembre-se que atirar pedras pode ser um crime ou uma arte, depende do que está na psique do agente.
Também não podemos descurar daqueles outros tantos “especialistas”, acima da razão e da lei. Aqueles que fazem “vista grossa” aos atos insanos dos “legalmente investidos em nome do povo”, os quais, motivados pela indolência mental e física, não conseguem soçobrar as suas negras capas, em favor da moralidade social e geral. A realidade e o “estado das pessoas” é bem diferente do que os senhores estão acostumados a fazer por trás dos microfones, das câmeras e de seus “aerados” gabinetes.
Sob pressão, “pessoas de bem” também erram. Mas as cruzes são feitas para isso mesmo, principalmente quando a solução/comentário vem de indivíduos “equilibrados” e “bem votados”, os quais “não têm nada a perder”, apenas a somar à sua imagem.
Acredito que “Vigiar e Punir” Foucault resolve sozinho, mas também penso que a “teoria de Lombroso” não deva ser a resposta aplicada ao sabor das vicissitudes, as quais permitem aplicarmos a grossa camada da cal presente nas nossas consciências, sobre os problemas sociais crescentes e não menos latentes que antes.
#L.L.S#
Ok. Se o psicopata tivesse matado o filho de alguma pessoa importante, será que o descaso com o julgamento do réu seria o mesmo?
Outro ponto: Por qual motivo três pscicólogo atestaram instabilidade psiquiátrica do réu, indicando tendências sádicas.
Um médico tem direito de errar sim, mas até que ponto não estamos formando profissionais totalmente despreparados para tomarem decisões que mudarão a vida de toda uma sociedade. Se a psicóloga fosse de uma empresa privada, estaria demitida e processada. Mas o patrão dela é o governo, o mais bondoso de todos.
Mais uma vez, temos a resposta vinda do EFEITO COLATERAL do "Vigiar e Punir", imortalizado por Michel Foucault.
### O MANÍACO DE LUZIÂNIA ESTÁ MORTO! ###
Acredito que os atos são consequências das PALAVRAS, POSTAS EM LINHA OU NÃO. Bem ou mal dispostas, bem ou mal interpretadas, conduzem a um fim.
A Dra Ana Claudia empregou as suas, O Dr. e Msc. Guido Palomba rechaçou aquelas, e outras tantas ainda farão história.
Acredito que as palavras, da forma que foram proferidas pelo Dr. e Msc. Guido Palomba, não colaboram em nada com a sociedade, pelo contrário, serviram para nos mostrar que as pessoas de bem estão entregues às frases de efeito dos grandes “ESPECIALISTAS DE PLANTÃO”, seguidas de um GRANDE “NÃO”, que representa a AUSÊNCIA DE SOLUÇÃO DEFINITIVA AOS PROBLEMAS SOCIAIS BRASILEIROS E MUNDIAIS.
Nós (sociedade, povo, nação e gente de bem), precisamos de RESPOSTAS OBJETIVAS e não de ILUSTRES PALAVRAS para “justificar” o ato de uma profissional "convicta" ou de um paciente "psicologicamente abalado". Id, Ego e Superego.
A morte é o fim, mas não é a resposta para quem fica.
Finalizo a oportunidade de expor o meu posicionamento, humildemente agradecendo, bem como transcrevo o pensamento de Foucault, acreditando firmemente que seja “A SEGUNDA ESTROFE” parte da solução possível, para que a sociedade tenha RESPOSTAS OBJETIVAS, e não apenas palavras inúteis lançadas ao vento.
"A mínima desobediência é castigada e o melhor meio de evitar delitos graves é punir muito severamente as mais leves faltas; em Mettray reprime-se qualquer palavra inútil" (Foucault).
Forte abraço;
#L.L.S#
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